"A ideia de cinema como revelação, expressa nalgumas ideias de Kracauer e de Balázs, no cine-olho de Vertov, bem como nas noções de fotogenia e de cinema animista de Epstein, forneceram‑nos as bases para explorar a hipótese de que o cinema pode contribuir, através da sua tecnologia e opções formais, para a criação de uma alternativa às visualidades dominadas por modelos antropocêntricos. Vimos, assim, como a experiência visual caleidoscópica do Leviathan é uma luta permanente contra a possibilidade de o filme oferecer um ponto de vista fixo, humano, traduzível em ideias abstratas, conceitos, entendimentos e significados fora da estrita fisicalidade da matéria. As suas opções estéticas, com montagem acelerada, constante mudança de perspetivas e de pontos de vistas, explorando toda a mobilidade e flexibilidade das câmaras GoPro constituem um desafio à visualidade antropocêntrica." PATRÍCIA CASTELLO BRANCO; O Cinema, o Não Humano e a Resposta Ecológica: e...